A dicotomia, ou seja, a divisão de um conceito cujas partes, geralmente, são opostas, é um tema recorrente nas artes. O cineasta americano Abel Ferrara, mantendo sempre a imparcialidade e não fixando uma opinião sobre qual seria o certo ou o errado, expõe na totalidade de suas obras a dualidade mais clássica de todas: a oposição entre o bem e o mal. Ferrara se sustenta no sentido cristão ocidental, que essas duas palavras carregam, para desenvolver a sua forma de apresentar o universo de seus filmes ao expectador. Abel Ferrara é, provavelmente, um dos diretores mais prolíferos de sua geração. Em tempo algum ele se apegou a um gênero ou a uma forma de dirigir, pelo contrário, quando filma, ele se adapta à idealização de seu olhar naquele momento específico. O que significa isso? Significada que para cada gênero que Ferrara dirigiu, seja um slasher, um neo-noir, um filme de máfia, um romance ou até mesmo um documentário, e para cada roteiro que ele teve em mãos ele apresentou u...
O diretor, roteirista e produtor James Wan, munido de uma criatividade latente, e a coragem necessária para levá-la adiante, demostra desde sua primeira obra, saber e entender conscientemente que o clichê pelo clichê é clichê. Sua forma autoral de conduzir um filme asseguraram-no como um dos maestros do cinema de terror atual, levando-o consequentemente a assinar à s três franquias, deste gênero, mais bem-sucedidas dos últimos vinte anos. Em Malignant , Wan arquiteta um filme, que mesmo gerando reações imediatas, comparações e analogias devido à aparência familiar, não é óbvio. Madison Lake, que está grávida e já sofreu anteriormente dois abortos espontâneos, tem sua cabeça batida contra a parede por seu abusivo marido. Na mesma noite, enquanto ela dorme, ele é brutalmente assassinado em sua casa. Na madrugada, ao encontrar o corpo do marido, Madison se depara com o assassino, que ainda está no local. A o tentar fugir, ela sofre uma agressão, resultando em um novo aborto. Dia...
Todas as formas de expressão artística foram concebidas, direta ou indiretamente, como meios de narrar histórias. Considerando que o hábito de transmitir histórias é inerente ao ser humano, pode-se concluir que a mais antiga das artes é a arte de contar histórias. Essa primeira arte, somada com a necessidade humana de se expressar, culminou no surgimento das artes do espaço, a arquitetura, a pintura e a escultura e das artes do tempo, a música, a dança e a poesia. A criação dos irmãos Lumière, entretanto, ao ser apresentada para o mundo não foi reconhecida como arte. Pelo contrário, Louis Lumière chegou a dizer: “o cinema é uma invenção sem futuro”. Desacreditado até por um de seus criadores o cinema alcançou visionários pensadores que enxergando o potencial presente naquela invenção fizeram de sua vida uma cruzada em prol da defesa do cinema como uma nova forma de manifestação artística. O italiano Ricciotto Canudo, teórico e cr í tico de cinema e talvez o primeiro cin...
Comentários
Postar um comentário